Quando pensamos
em acervos literários, logo vem a cabeça uma biblioteca repleta de títulos, e
volume dos mais variados temas. O que não deixa de ser uma verdade, porém
quando falamos em acervo literário em ambientes educacionais, temos que ter
cuidado ao se montar uma estrutura como essa sem levar em consideração qual o
tipo de leitor que queremos formar. leitores comprometidos com a literatura e
com sua capacidade de ampliar horizontes e visões de mundo ou somente leitores
automatizados? É preciso também que o professor ou do mediador da leitura,
tenha um um real envolvimento e compromisso com o livro e a com literatura. É
fundamental que esse professor, ou mediador, , entenda a literatura além da
didática, que ele seja um conhecedor das formas e maneiras que a leitura se
desenvolve na vida dos leitores, e saiba como esse processo se dá em um
ambiente educacional. Colasanti, em um trecho de sua obra fala:
“A pergunta contém em si parte da
resposta. Pois, ao falarmos de literatura, pressuponho que já tenhamos descartado a
grandíssima maioria da produção do mercado livreiro destinada a crianças e
jovens, produção que, mesmo sendo de livros, ainda assim não é de literatura. Partimos, portanto,
de uma diferenciação já estabelecida. Por qualidade em literatura entendo
exatamente a mesma coisa para qualquer idade: riqueza de forma e riqueza de
conteúdo. Especificando minimamente: texto inventivo, não linear, conteúdo
vertical; pluralidade de interpretações possíveis; vários níveis de leitura;
densidade; aderência. Da literatura não fazem parte: o lugar-comum, a frase
feita, a história previsível, a linguagem infantilizante, a função didático
moralizante” (COLASANTI, 2005, p.194 e 195).